"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." Arnold Toynbee

Momento Lúdico

Enquanto isso, em 1966...

Astor Pereira de Mello, deputado estadual (RJ 1967-1979; 1983-1987) e médico legista, realizou a autópsia de dois corpos encontrados no Morro do Vintém, bairro de Santa Rosa, Niterói (RJ). Um evento famoso à época: O Caso das Máscaras de Chumbo, ocorrido em agosto de 1966. Trata-se da morte de dois radiotécnicos, ambos casados, que um belo dia fizeram duas máscaras de chumbo e, dias depois, saíram de casa, em Campos, interior do Estado, com 2,3 milhões de cruzeiros, cerca de mil dólares.

Um deles disse à esposa que iria para São Paulo com seu amigo, seu sócio, comprar artefatos para o estoque de sua oficina. Ao contrário do que foi dito, eles pegaram um ônibus para Niterói.  Quando chegaram ao destino, passaram em alguns lugares e compraram capas de chuva e uma garrafa de água mineral magnesiana.

Uma testemunha disse que os viu chegar ao Morro do Vintém, em um jipe, acompanhados de 2 pessoas, nunca identificadas. Desceram do carro desacompanhados e subiram o morro a pé. No dia seguinte os corpos foram encontrados e notificados à polícia, entretanto, 2 dias depois os corpos ainda estavam lá, apodrecendo.

Em seguida, a polícia, os bombeiros, jornalistas e populares foram resgatar os corpos. Não havia nenhum sinal de violência ou luta. Eles estavam deitados em cima de folhas de pitomba e, ao lado, estava a garrafa de água magnesiana, as duas máscaras de chumbo e um copo feito de papel laminado. Também foram encontrados 157 mil cruzeiros com um e 4 mil com o outro, totalizando algo em torno de 70 dólares, além de um bilhete que constava as seguintes palavras:

16:30 hs. – estar no local determinado.
18:30 hs. – ingerir cápsula após efeito, proteger metais...

Quando a polícia começou a investigar, encontrou um amigo que outrora se juntou aos dois e causaram uma grande explosão numa praia do interior do Estado. Outro elemento que surgiu durante a investigação foi o grande número de chamadas para a polícia, na noite em que os técnicos foram mortos, por conta de um estranho objeto, de luz intensa, que sobrevoou o local onde os corpos foram encontrados. 

Algumas especulações foram criadas porque a polícia não deu conta de explicar o que ocorreu naquela noite que levou a morte dos dois homens. O “nosso” legista não encontrou sinais de violência ou qualquer outro indício da causa-mortis.

Alguns disseram que foram mortos por raios, já que chovia bastante no referido dia.  Outros alegaram alienígenas e até o Padre Quevedo apareceu sugerindo rituais de ocultismo. Todavia o mais surpreendente foi a descoberta de um caso semelhante, ocorrido 4 anos antes, em que um técnico de televisão foi encontrado morto com uma máscara de chumbo.

Nenhum desses elementos possibilitaram à polícia concluir o caso. Um ano depois, os corpos foram exumados e nada foi descoberto. Em maio de 1969, o processo foi arquivado por falta de provas.